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Submisso, escravo, masoquista e brat no BDSM.

  • Sacher (contato: leopoldoverne@outlook.com)
  • 24 de out. de 2017
  • 4 min de leitura

Quem é botton, nem tem dúvida de seus desejos e papel no mundo erótico, mas quem é Top questiona muito e criam dúvidas sobre se o sujeito é ou não um verdadeiro submisso, ou submisso de alma ou se ele é um brat. O que isso significa? Que quando se é Top, espera-se um comportamento regido pelas regras e normas do BDSM, mas isso não é uma receita de bolo, pois todos nós somos humanos e uma das características desse fato é que somos ambíguos, mas nesse assunto, não estou falando de pessoas com tendência a versatilidade (switcher) e sim dos masoquistas que se diferem muito nas suas posturas e podem causar constrangimentos desnecessários por falta de informação.

O termo masoquismo, que foi cunhado e descrito pelo médico alemão Krafft Ebing dede o século XIX e ainda resiste ao tempo, mas está mais relacionado ao termo “escravo(a)” e define o indivíduo que tem prazer erótico ao sentir dor no corpo, mediante a humilhação e a dominação, dessa forma é uma tendência oposta e complementar ao sadismo e aqui devemos observar que temos duas sub-culturas semelhantes a qual se encaixam: SM e BDSM. Dois modos distintos de abordagem do escravo. De um lado, situamos um masoquismo S&M que obtém prazer erótico com a necessidade da dor e da submissão ao outro a partir da

perspectiva pulsional (interna). Do outro lado as práticas BDSM, que acontecem na qualidade de jogos eróticos nas atividades sexuais de adultos, com a diferença de que não são experienciadas como compulsivas ou como condições exclusivas para o prazer sexual e é aqui que se confunde com fetichismo, já que é um jogo onde um entrega consensualmente o poder ao outro e temos regras, normas e o foco do prazer está na prática depois da entrega desse poder e não apenas algo interno pulsional, mas sim no ato em si. O prazer se dá praticando, nos atos do bondage, do spank, da humilhação real e consentida, sem isso, fica só a vontade e não se dá o prazer. Dominação virtual, se for algo que seja consumado como prática, sentida pelo subnmisso ou escravo, pode ser considerado, mas isso é discutível, pois o Top pode pensar que basta apenas dar ordens pela net, autoflagelação ou sef-bondage e estará excercendo a dominação na prática, o que não é verdade.

Submisso se distingue do masoquista, pois seu foco de desejo é servir alguém que é dominante. No site estilo de vida diz: ”Submisso, em BDSM, é alguém que sente prazer em receber e cumprir ordens e em se submeter aos gostos e vontades do seu Dominador”. Devemos nos ater ao termo submeter a alguém no sentido de subjugar, sujeitar, subordinar, isto é, entregar o poder consensualmente a quem é dominante. Não resignar-se, render-se ou depender de alguém. Observar que quem está fazendo essa entrega de poder tem desejos, emoções e personalidade, portanto o dominante aceita essa entrega entendendo que deve respeitar o submisso como uma pessoa íntegra e que ela vai ter limites. O problema que

encontramos é que Tops podem pensar que por estar conversando com um submisso, ele deve de pronto se render e se comportar como tal, sem nem mesmo se conhecerem, negociarem ou contratarem algo. Dessa forma, top pode se zangar e acabar ofendendo o submisso sem necessidade e o submisso pode eventualmente ser agressivo por se sentir desrespeitado. Ser despersonalizado e desumanizado faz parte do jogo, mas somente quando estiver devidamente encoleirado pelo Top.

O que difere o submisso do masoquista é que punições dolorosas ou a dor em si não é o foco do prazer do submisso, mas sim sentir-se posse de alguém e as punições seriam mais no sentido de doutrinação ou como forma de disciplina e adestramento e portanto nem sempre a dor será erotizada para dar prazer, mas como algo desagradável.

O termo submisso de alma é uma forma poética de denominar àquele submisso que se entrega totalmente a uma relação de tempo integral e serve em tudo seu dono, uma forma carinhosa de elogiar a dedicação do submisso. Sim, existe pessoas que tem uma necessidade de estar nessa posição como busca do prazer erótico e outras que “começaram a submissão apenas para dar prazer à outra e acabaram fazendo da prática o seu estilo de vida. O despertar geralmente acontece quando permitem que os sentimentos fluam e percebem que nada existe de errado em se sentir submissa”. (Mestre K@).

Finalmente os Brats, termo que significa pirralho e é usado para os submissos malcriados. Muitos tops não consideram esses como submissos no BDSM, mas são. Por exemplo: Na prática do “ageplay” encontramos as maiores referências aos brats. Na cena clássica de punição onde o Top, sentado numa cadeira tendo o bottom brat de bruços em seu colo, dá fortes palmadas na bunda deste, batendo no pirralho birrento.

Os Brat apronta de tudo para perturbar e receber castigos de seu dono e estão mais ligados a prática ou focados na Disciplina. Seu prazer consiste em provocar o Top de forma intencional para serem punidos com motivação ou por algum motivo, se rebelaram contra seus tops, passaram a agir de forma não esperada e/ou quebraram a hierarquia. Em outros casos, trata-se de reação normal de revolta e/ou imposição de limites, quando o Top gera algum tipo de insatisfação por falhar em dialogar na relação e por fim, uma necessidade de mostrar seu desapontamento da autoridade ou rigidez que esperava de seu Top e que, mesmo conversando não surtiu efeito. Nesse último caso, é sinal que a relação entrou em conflito, já que o submisso não pretende romper a relação e logo se arrependem retornando ao seu comportamento normal, sendo a rebeldia um estado momentâneo, passageiro. Um brat, em contrapartida, provoca e sente prazer em ter provocado. É parte do seu prazer e de sua maneira de proceder em cena.

 
 
 

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