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Diversos tipos de entrega do poder ao Top

  • Sacher (contato: leopoldoverne@outlook.com)
  • 1 de dez. de 2017
  • 4 min de leitura

Dentro do BDSM é curioso que o Bondage parece, mas não é, uma entidade de práticas em separado de todos os outros, porque os praticantes se prendem muito mais no quesito imobilização caindo logo na prática do Shibari e se preocupando mais com a arte de dar nós e a estética que sua “escultura” se apresenta, inclusive é um fetiche tirar fotos depois de plenamente amarrada, sem dar tanta ênfase na questão da entrega de poder ao Top.

Na minha visão pessoal é fundamental que Top e Botton tenham em mente o tipo de entrega de poder nas negociações, pois na minha visão quando se trata de TEP (Total Power Exchange) não há possibilidade de impor limites ou safe-word, pois como o nome já diz temos a total entrega de poder para seu dono e é algo que o botton tem que assumir, já que ele se declara inteiramente posse do Top. Esse tipo de entrega é a mais comum e a mais desejada geralmente casais que pretendem morar juntos, sendo que existe um regime de quase escravidão do submisso ao seu dono, sendo que somente o término da relação é que se admite nesse regime. Todos os limites previamente

colocados deverão passar a serem explorados livremente pelo Top no sentido de ampliar. Dessa forma é quase impossível ele ficar falando a Safe Word a toda hora que não convir ao botton quando o que o Top mandar, pois o botton abre mão de qualquer vontade ou poder de fazer escolhas em todas as esferas da vida. Nesse caso, como não pode haver o controle dos desejos do botton, prepondera a confiança mútua. A hierarquia e exercício do poder é total, tanto que o botton está a mercê do seu dono, seja para ser emprestado para outro top, seja para conviver com outros bottons na mesma residência ou não. O ciúmes é algo que pesa muito, embora a regra diz que é dever do top zelar pelo seu botton, temos uma prática chamado de zelofilia que é o prazer no zelo. Aqui entra a prática do cuckold facilmente. O cuckold seria o que chamamos de corno manso, isto é, o Top, geralmente mulher Domme, qyue possui um escravo no regime TEP pode muito bem ter uma relação baunilha com quem desejar e seu escravo poderá ser usado de várias formas nessa relação, seja para preparar sua dona para a ocasião do encontro, seja usado ativamente na hora da relação sexual ou seja somente para facilitar o encontro e isso é visto claramente na obra de Sacher-Masoch “A Venus das Peles” e a célebre frase que não pode existir pior humilhação de ter uma amante infiel, mas nesse caso é consentido.

No caso de EPP, a entrega do poder é parcial assim como no EPE onde a entrega do poder é esporádica e a diferença entre as duas no meu ver é que no caso de PPE a relação de hierarquia está além dos encontros e portanto é voltada para quem se entrega numa relação de dominação e submissão que é quase um casamento entre Top e botton, com a ressalva de que na vida social e profissional o Top não interfere, já no EPE, que é meu caso, se aplica a pessoas que curtem muito mais a variedade das práticas, como no Bondage ou nos que gostam mesmo é de sessões de sadismo e não exatamente humilhações e fidelidade, pelo contrário, multiplicações de experiências. Os switcher são os que mais usam essa prática.

O Rack (Risk Aware Consensual Kinky) está voltado para práticas especificamente para sadomasoquistas, mas creio eu dentro de uma relação proximja ao que descrevi como a TEP, com uma diferença, pois aqui entram aqueles que apreciam experiências onde existe um risco calculável como por exemplo modificações corporais ou por

cirurgia ou mesmo por escarificações. Não é incomum que o dono deseje marcar seu nome a ferro quente como se faz com gado. O problema é que não somos animais e nós não temos couro para sermos marcados, e sim uma pele fina que, ao ser ferido por esse ferro, vai causar um estrago grande a saúde. O fato é que dependendo do grau de masoquismo o desejo de se entregar radicalmente, mesmo colocando sua saúde em risco, para o prazer do seu Top vale tudo. Aqui não há perdão pois todos os envolvidos sabem que pode haver riscos e mesmo assim consentem em realizar, almejando-se sempre o risco mínimo, embora devemos citar o lado do Top sádico o suficiente para elaborar castigos e torturas tão surreais como amputar um dedo da mão, por exemplo. Todas essas práticas são consensuais, mas no RACK a análise de risco deve ser muito detalhada. Já li muitos relatos reais onde se pede coisas absurdas, como castração física e até ser alvejado com espingarda de chumbinho. Enfim, essa é uma prática em que o sadismo está bem aflorado e o masoquista é de fato o que se define, um sujeito que deseja ato real, não simulado de ser humilhado ao extremo, espancado, atado ou de outra forma submetido a sofrimentos reais com os quais chegará a excitação sexual.

 
 
 

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