Gor não é BDSM
- Sacher (contato: leopoldoverne@outlook.com)
- 30 de dez. de 2017
- 3 min de leitura

Existe muita confusão entre praticantes de BDSM e praticantes de Gor, embora existam coisas muito semelhantes aos dois estilos de vida, cada praticante pertence a mundos diferentes, pois Gor está embasada em uma filosofia goreana escrita pelo filósofo Jhon Norman que escreveu livros romanceados e dois (02) livros de não-ficção. A mais importante dessas obras de não-ficção chama-se “SEXO IMAGINATIVO”(Imaginative Sex), que foi publicado em 1974. Tendo como base a filosofia dos gregos da antiguidade, inspiração a partir de fontes como a República de Platão, as Meditações de Marcus Aurelius e do livro “Além do Bem e do Mal” de Nietzche, em sua base coloca que o homem é dominante e a mulher submissa por natureza tendo isso como uma verdade biológica, baseado na genética e na história evolutiva.

Do ponto de vista filosófico a principal diferença entre BDSM e Gor é que GOR pretende ser uma filosofia de vida enquanto o BDSM não tem esse compromisso e uma vez que GOR se baseia em uma literatura bem definida existe uma liturgia, práticas e princípios éticos definidos por essa literatura.
Com base nessa filosofia existe 2 tipos de prática, uma virtual no estilo de “Role Play” em que os participantes interpretam personagens e cenários de Gor e obviamente não aceito pelos que praticam realmente Gor, os chamados GOREANOS REAIS (Life Stylers) e é desse grupo que falaremos, já que são eles os que são confundidos como o BDSM, mas na verdade são praticantes que seguem a filosofia de Gor, portanto passam por

estudos de todos os livros relacionados ao Gor, seja a filosofia, os não ficcionais quanto as ficcionais.
Na ficção ou na terra de Gor a escravidão é algo real e os praticantes levam muito a sério isso, embora seja totalmente consensual ser escravo, na prática goreana seria uma entrega total de poder em tempo integral, isto é, 24/7 e o regime escravocrata é o semelhante a escravidão da antiguidade, usa-se coleiras, correntes, algemas, cordas e são punidos fisicamente quando necessário, por desobediência ou falta grave, não tendo o gozo pela dor, embora existam exceções, lembrando que em GOR, pela filosofia os homens são os dominadores. As mulheres foram criadas para servir o homem e depois de serem capturadas passam a ser escravas e adquirem uma identidade com o título de kajiras. Renunciar o seu direto à liberdade, em favor à submissão ao controle do Master; Isso é para uma goreana uma dádiva. Servi-lo passa a ser um privilégio que as tornam

importantes aos olhos do Mestre. Aqui temos uma diferença entre BDSM, a dor no BDSM é para gerar prazer, erotização da dor e não existe essa predominância de homens no poder como base filosófica, já que temos o femdom.
Depois de capturadas as kajiras são treinadas pelo seu dono e passam a usar xale vermelho depois de terminado o treinamento, as que são iniciantes usam xale branco
A questão da supremacia masculina incomoda muita gente, tanto que os homens são chamados de Master e as mulheres de Kajira (escrava) um bem precioso de seu dono. Um Master Goreano não irá estragar sua posse ou deixar que outro o faça.

A Filosofia Goreana não crê em superioridade, mas em papeis naturais. Para os Goreanos Masters não são nem mais nem menos que kajiras, cada um tem o seu papel no estilo de vida e necessitam uns dos outros. Para os Goreanos, superiores são todos aqueles que têm a coragem de viver de acordo com as suas crenças pessoais e os papéis que escolheram para si sem se condenarem no que aprovam
“Algumas características do modo Goreano incluem:
Uma escrava goreana é uma posse do seu mestre, mas nunca será tratada como algo sem valor. Não será sujeita à práticas degradantes ou que levem a perda do seu valor como escrava. O objetivo primordial da kajira é o bem estar do seu Dono. E ela deve viver para prover tal bem estar. A kajira não tem direitos (O seu único direito, na terra, é deixar de sê-lo).
Os Masters Goreanos tem o direito de ter mais de uma kajira segundo o seu próprio critério, em qualquer tempo, e não é dado às kajiras não aceitarem isso.
Na prática gorena não existem os contratos como se fazem no BDSM porque as regras do goreanismo já estão bem definidas. Master e kajira se conheçam e saibam o que esperar um do outro.
O Mestre é soberano em suas decisões no que tange a sua própria Casa e as suas kajiras estando, entretanto sujeito as normas da Cidade (Grupo Goreano) que escolheu como seu e as normas da própria Filosofia Goreana.
Existem muitas outras características da ritualística, da filosofia e das práticas Goreanas que não foram discutidas aqui, dúvidas sobre quaisquer desses assuntos podem ser trazidas ao autor que terá prazer em esclarecê-las”. (Extraído do site Alakania.com.br: São Paulo, 30 de Março de 2016. (Revisão do texto de 21 de Julho de 2006).
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