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Cadeirante Top e seus Devotos

  • Sacher (contato: leopoldoverne@outlook.com)
  • 29 de jun. de 2019
  • 3 min de leitura

Devotees são pessoas com fetiche por cadeirantes e deficientes físicos

Eu assisti o filme Crash, estranhos prazeres do diretor aclamado David Croneberg em 1996, que fala de um grupo que tem como fetiche a reconstituição de acidentes de carros e são propositadamente sem nenhuma norma de segurança para se mutilarem criando um clima de grande excitação nas relações sexuais (sinforofilia), sempre dentro de automóveis. Antes eu havia assistido “Encaixotando Helena” de 1993 escrito e dirigido por Jennifer Chambers no qual o fetiche de um famoso cirurgião é amputar uma prostituta que tinha um fetiche, ser amputada, que é chamado de Apotemnofilia.

O fato é que eu passei a desejar ser dominado por uma cadeirante e fiquei em busca desenfreada e obstinada até encontrar, e vejam bem, morava em Santo André e achei uma Rainha cadeirante, paraplégica em São Bernardo, cidade vizinha e ficamos 6 meses no relacionamento, mas eu me achava meio louco por ter esse fetiche por uma sádica paraplégica que usava cadeira de rodas, até ler no livro de Glauco Mattoso ”Manual do Podólatra amador (1986)” que isso é normal, ele próprio teve um relacionamento com uma cadeirante e adorou por ela ser sádica também. Essa predileção se chama Abasiofilia ou simplesmente Devotee. É um livro autobiografia e costura com trechos de obras célebres da 'littérature cochonne' de vários autores.

Num depoimento de uma cadeirante em um site de relacionamento ela falou: “Quando disse num site de encontros que usava uma cadeira de rodas, descobri o mundo dos devotados [devotee] homens e mulheres que se excitam com deficiência física, que sentem tesão por deficiências. Certos aspectos da deficiência, como amputações, paralisia, fraqueza muscular e atrofia são sexualmente desejáveis para pessoas com esse fetiche”.

Para um devotee os aparelhos ortopédicos são um acessório de moda, assim como uma bolsa, um cinto. Numa visão leiga, os deficientes cadeirantes são vistos como seres assexuados e ficam às margens da sexualidade no nosso meio, mas isso não é a realidade. Para um devotee é o seu desejo que fica escondido, por medo de ofender ou ser julgado como pervertido ou coisa pior, mas se os cadeirantes soubessem como podem ampliar suas possibilidades sexuais devido esses fetichistas, embora há quem não o considere um fetiche, já que o fetiche foca em objetos inanimados, não às pessoas e no caso dos devotees apreciam as pessoas, no entanto, alguns sim o contato com a cadeira em si ou próteses e muletas.

O que diferencia um devotee de uma parafilia é o fato da pessoa que deseja o deficiente não o faz por sentir pena e sim por gostar do todo, da pessoa, sendo que a cadeira de rodas seja algo a mais que o excite. Um devotee não fica penalizado pela situação de quem usa cadeira de rodas, mas ele se sente mal em ter essa excitação justamente por seu objeto de desejo ter que usar uma cadeira de rodas. Entre os devotees, predominam os homens: eles são 84% no Brasil segundo pesquisa do psicólogo Oswaldo M. Rodrigues Jr, fundador do Inpasex (SP) porque relacionar-se com uma deficiente reforça sua masculinidade, segundo um dos entrevistados na pesquisa: “A deficiente exige mais cuidados e apoio. Essa situação dá ao homem a possibilidade de se conectar com sua essência masculina. As mulheres sem nenhuma deficiênia são muito emancipadas e não se deixam cuidar tão facilmente.

Se uma cadeirante deseja ser Domme isso teria algum problema? Desde que haja consentimento de ambas as partes, ok.

“Por que bonita, se coxa, e por que coxa, se bonita?” Essa é a frade famosa do personagem Brás Cubas, do Machado de Assis, um dos meus autores preferidos e uma das maiores obras da literatura brasileira ”Memórias Póstumas de Bras Cubas” quando fica intrigado com a personagem Eugênia, conhecida por sua beleza, apesar de ser coxa (pessoas mancas).

 
 
 

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