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Dominação e submissão versus Sadomasoquismo.

  • Sacher (contato: leopoldoverne@outlook.com)
  • 30 de ago. de 2019
  • 4 min de leitura

Aqui no Brasil temos o BDSM antes da internet (1997) e depois, pois a única divulgadora dessa prática era a Sra. Wilma de Azevedo por artigos em revistas masculinas a partir de 1983 e posteriormente compilados em um livro A Vênus de Cetim (1986), do mais o SM estava catalogado como uma perversão no código internacional de doença (CID).

Azevedo definia o sadomasoquismo erótico como pessoas que praticam o sadomasoquismo sensual como forma de excitação erótica respeitando os limites, os desejos e as fantasias do parceiro. Sadismo Erótico seria a prática de torturar o parceiro, provocar prazer e excitação com a dor com respeito ao limite do outro de forma que tudo não passe de um jogo sádico.

Já o masoquismo a coisa é bem diferente. Pois teoricamente seria o oposto ao sadismo, isto é, alguém que tem prazer erótico em sentir dor, mas é mais complexo que isso, pois as motivações encontradas em pesquisas para esse tipo de pessoa vão desde a obtenção do prazer erótico no fato de ser torturado até a obtenção de prazer psicológico estendendo-se até os aspetos não sexuais (Azevedo, 1998; Mota, & Oliveira, 2012).

Aqui que vemos uma separação entre a dominação e o sadismo. Dominação e Submissão (D/s) é uma relação baseada na troca de poder entre os parceiros, isto é, um dos parceiros entrega por livre e espontânea vontade todo poder ao outro, que passa ser um dominador(a).

Segundo o blog Estilo BDSM o dominador é aquele que sente prazer em ter poder sobre o outro e que deseja controlar física e psicologicamente uma pessoa submissa. Por outro lado existe também o dever de compreender, cuidar, proteger, ensinar, guiar, elevar essa pessoa ao prazer, mesmo contrariando alguns de seus interesses, pois tem o discernimento para saber até onde pode e deve ir, com autocontrole sem causar danos físicos ou psicológicos respeitando os limites impostos.

Para tanto, ele tem que saber dominar de maneira eficaz a mente de quem se entregou ter a capacidade de desenvolver métodos e atitudes para mate-lo psicologicamente dominado, sem ter que usar a força ou chicotes, pois seu submisso sabe fazer se o dominante souber mandar, souber exigir sem intimidar, mas se for necessário castigar, saberá conduzir e mostrar que o seu submisso não é um ser inferior, mas que ele tem o poder sobre sua mente.

Por contra partida o submisso sente prazer em receber e cumprir tais ordens e realizar as vontades do seu Dominador, trabalhar para ele, servir como objeto da forma que o Dominador considerar ser a mais proveitosa para ambos. O prazer está em ser humilhado, animalizado ou objetificado.

A outra vertente chamada de SM se refere a escravo e sádico onde se pressupõe servidão em todos os aspectos possíveis e imagináveis dentro do são seguro e consensual e aqui cabe exclusivamente ao Dono a responsabilidade de treinar, guiar e proteger seu escravo com a finalidade do Dono exercer autoridade total sobre o seu escravo, considerando sua propriedade. Nestes casos a dor é o foco da relação, pois o escravo é uma massa a ser moldada pelo seu senhor de forma consensual e o senhor vai agir sadicamente, no sentido que a palavra representa prazer erótico em infligir dor e humilhações no seu parceiro.

Independente do tipo de relação que se estabeleça, o bem estar físico e psicológico dos intervenientes tem de estar sempre presente, então no caso da relação escravo-sádico nos remete ao tempo da escravidão, onde os escravos tinham medo dos seus donos, tinham medo dos castigos que poderiam ser feitos, fugir estava fora das possibilidades.

Atualmente vemos essa referência para se definir uma relação SM. Aqui o foco é outro, além do trabalho árduo para o prazer e desejo de seu dono sádico, nossos escravos atuais levam chibatadas e outros tipos de castigos corporais, mas sofrem com prazer. Muitos trabalham para seus donos porque esta é sua escolha. Não que existe foco no dinheiro, mas sim na sua relação com o dono, na dependência de sua existência ou o desejo de satisfazê-lo demonstrando gratidão. Os rituais de iniciação, de encoleiramento e treinamento são muito mais elaborados e as variedades de torturas físicas e psicológicas são infinitas, mas vamos deixar bem claro que a relação escravo versos submisso é tão diferente como a águia e o vinho, quando falamos de escravidão a entrega é focada na total servidão com possibilidade de torturas físicas reais, enquanto que a submissão está focada da dominação psicológica incluindo a física de forma educativa, mas não sendo o foco da relação.

Dentro dos 10 princípios que o escravo da Rainha Alma publicou em seu blog no dia 12 de outubro de 2010 eu destaco o seguinte:

Ele tem que ter total disponibilidade física, mental e emocional para servir e ser castigado. O escravo deve seguir a sua Dona com devoção, onde quer que vá e o que quer que faça. Deve também erradicar da sua vida qualquer fator que desagrade à Dona. O escravo é também objeto de prazer sexual da Dona. Sempre pronto a ser usado pela Dona ou por quem ela designar. A sua própria satisfação será sempre opção da Dona.

Como propriedade da Dona, a escravo deve esperar ser usado, abusado, esquecido, desejado, preterido, acarinhado, ignorado, escolhido, desprezado, sem que nada disso interfira na sua total entrega e dedicação. Deve esperar ser castigada se o merecer, mas também se não o merecer ou mesmo que não compreenda de imediato o porquê da punição deve saber aceitar, oferecendo sem hesitação o seu corpo ao castigo, confiante que sua Dona sabe o que faz.

Para terminar, no caso da escravidão, a entrega é total, portanto só existe uma forma do escravo deixar de obedecer, rompendo a relação.

Referencias bibliográficas

MOTA, A. M., & Oliveira, A. (2012). PARA ALÉM DA DOR: FANTASIAS DE PRAZER, ODER E ENTREGA. Um estudo sobre Sadomasoquismo. VII CONGRESSO PORTUGUÊS DE SOCIOLOGIA. Universidade do Porto – Faculdade de Letras – Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação. 19 a 22 de Junho de 2012.

AZEVEDO, W. (1998). Sadomasoquismo sem medo. Iglu Editora ltda. (1998).

Sites consultados

https://knoow.net/ciencsociaishuman/psicologia/sadomasoquismo/

https://estilobdsm.wordpress.com/dominacao-e-submissao/

https://liberdade-igualdade-fraternidade.blogspot.com/2010/06/escravo-moderno-o-submisso-do.html

https://relatos-de-um-escravo-bdsm.blogspot.com/2010/10/10-principios-do-escravo-submisso.html

 
 
 

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