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BDSM: Definição definitiva dessa prática

  • Sacher (contato: leopoldoverne@outlook.com)
  • 3 de set. de 2019
  • 6 min de leitura

BDSM e a definição definitiva do que é essa prática

Senhor Lestad define como nada mais é que um fetiche sobre cordas e Bondage envolvendo a dominação, submissão e sadomasoquismo, um jogo sensual combinado previamente entre duas ou mais pessoas que pode ser interrompido a qualquer momento por qualquer uma das partes. Já, diametralmente oposto a essa definição, o Sr. Gladius não considera apenas um fetiche, mas também não descarta as pessoas que assim o sente, só que para ele a coisa é mais real, suas relações de dominação e submissão são reais e ele tem o BDSM como um estilo de vida, como ele mesmo falou em sua live Papo com Gladius hoje no youtube enfatizando o sadomasoquimos. Já no site mulheres bem resolvidas, minimiza essa vertente da dor definindo como não sendo necessariamente os ingredientes principais da relação enfatizando a troca de poder sendo uma relação desigual estabelecida entre duas pessoas, onde todo o poder é dado ao dominante e cabe a parte submissa obedecer por livre e espontânea vontade.

Segundo a psicóloga e sexóloga Stefani Elza CRP 3224 em sua coluna “Conversas íntimas” publicada no portal Alô News em 11/05/18 o BDSM está dentro das práticas sexuais, consentida pelas partes como uma fantasia, em que o prazer baseado na troca de poder consiste numa dinâmica sexual baseada no controle onde apenas um parceiro tem o domínio de toda relação e impõe seus desejos na cama envolvendo todas as vertentes como a dor, imobilização, humilhações ou servidão na busca do prazer de ambos, mas ela própria afirma que nem sempre está ligado ao sexo e, portanto, pessoas levam essa prática como algo alternativo ao sexo e pode ser levado como estilo de vida. Dessa forma, tanto a definição de BDSM como um jogo, mais ligado ao fetichismo ou uma fantasia erótica ou um estilo de vida real estão corretos para a doutora.

Segundo Susan Wright, diretora política da NCFL - National Coalition for Sexual Freedom (Coalisão Nacional pela Liberdade Sexual) define o BDSM como um o BDSM é um jogo erótico de poder e não misturar com definições que o colocam como perversão ou distúrbio, já que os participantes praticam em casas fechadas dentro de um contexto de segurança e sanidade e as relações são estruturadas a partir da negociação e comunicação entre as pessoas envolvidas e dessa forma, tudo é consentido, embora não descarta que são encenações quase teatrais.

Quem são os atores desse “quase teatro.” Pessoas como o citado Dom Gladius se denominam BDSMers, pois suas vidas amorosas estão estruturadas no estilo de vida BDSM, mas os que consideram um jogo erótico entre adultos, pode ser qualquer pessoa que sente prazer erótico na imobilização, disciplina, dominação, submissão, na dor e humilhações verbais, portanto são pessoas normais e comuns que se denominam, simplesmente como praticantes, mas certamente estudam muito antes de jogar e do mais, suas vidas baunilhas eles são como a maioria das pessoas, trabalham ou ainda estudam, namoram ou são casadas, separados ou viúvos, enfim, temos gente de todos os estados civis.

Dessa forma, o BDSM é jogo erótico e, portanto um fetiche ou também um estilo de vida, um comportamento em que a vivência sexual está relacionada coma hierarquia entre um dos parceiros. Um comportamento específico que encontra prazer em certas atividades como Bondage (imobilização da pessoa por outro), doutrinação ou adestramento, troca de poderes, sessões de tortura, todas essas práticas dentro da consensualidade.

Definitivamente o BDSM é uma prática que envolve uma gama enorme de diferentes modalidades onde a troca de poderes entre os parceiros é o centro da busca do prazer erótico. Cada letra tem uma correspondente prática, dessa forma BD para Bondage e Disciplina, o D/s para Dominação e Submissão e o SM para Sadismo e Masoquismo e todos com um único intuito que é de trazer prazer sexual através da troca erótica de poder que se apóia no SSC (São, Seguro e Consensual). Sentir-se realmente subjugado ao outro é que vai dar o prazer desejado sem necessariamente o sexo em si e, portanto que tem o poder é o Top e ele tem que ser muito bem e experiente e para finalizar falar da SAFE WORD (palavra de segurança) que falada por qualquer um numa cena, interrompe-se imediatamente para renegociar o que foi pré-estabelecida entre as partes. Existe muita falácia, um termo muito usado para pessoas que escrevem sobre o BDSM como sua própria versão da coisa, mas o que é falácia? Pela definição é qualquer afirmativa, premissa, uma pseudo-verdade ou raciocínio falso que pelo modo que é apresentado a outro interlocutor dá a falsa impressão de que o que foi afirmado é de fato a verdade, mas é um engano; Uma mentirinha passada como verdade.

A mais comum dentro do nosso meio é o apelo a emoção, chamar o sadomasoquismo de doença mental ou comportamental, afirmar que está no código internacional de doença como seu único argumento para assustar e causar polêmica, manipular os sentimentos do receptor como forma de convencê-lo de que ele deve parar de praticar, sendo que, mesmo nos manuais médicos e psiquiátricos, o sadomasoquismo é visto de duas formas diferentes, como transtorno ou não, dependendo de como se afeta a vida pessoal de quem pratica. Como vimos a falácia é algo muito perigoso ao usar para dizer o que é o BDSM.

Link de referências

https://www.senhorlestat.com/copia-iniciantes

https://www.gladius.top/

https://delas.ig.com.br/sadomasoquismo-uma-pratica-aceitavel-ou-perversao/n1237491696439.html

Adendo Sadismo erótico (Retirado do livro Sadomasoquismo sem medo de Wilma Azevedo)

O sadismo erótico existe em todas as pessoas em maior ou menor intensidade. Pelo menos uma vez as pessoas que se consideram totalmente “normais” já devem ter praticado alguma forma de estímulo sexual com mais violência e força. Uma “guerra” de travesseiros, beliscões leves, mordidinhas nos lóbulos das orelhas, arranhões, puxões de cabelo, ou até quando se finge dar um beijo e se recua sem satisfazer a vontade do outro, e tudo que se preste para provocar eroticamente pode ser considerado como estímulos do SE (Sadismo Erótico). Esse tipo de sadismo nada tem de patológico. Respeitando os limites das pessoas, não obrigando alguém a fazer o que não queira, mantendo um equilíbrio entre o desejo e a ação, o poder e a força, não levando até as últimas consequências seu domínio sobre os outros, essas são as regras do SE. Estas pessoas de bem com a vida fazem outros felizes. Quando alguém tem vontade de imobilizar o parceiro, brincar com seu corpo e “abusar” da disposição sexual do outro com equilíbrio, carinhosamente, sem ferimentos e castigos insuportáveis, não deve se preocupar. Masoch, ao descrever Wanda, colocou nela os sentimentos de quem ama e pratica o sadismo erótico para agradar o parceiro O amor é o maior “afrodisíaco” que existe. Num trecho de sua obra mais famosa, a Vênus das Peles, deixa claro o seu controle.

“Começo a sentir prazer nesse jogo – disse ela –, mas por hoje chega; contudo, tenho uma curiosidade diabólica em saber até onde chega a tua capacidade de resistência, uma cruel volúpia apodera-se de mim ao sentir-te tremer sob o chicote. Mas agora levanta-te.” Nota-se que Masoch descreveu a mulher de seus sonhos como uma sádica equilibrada. Assim deve ser todo relacionamento, quando se tem em conta o erotismo e bem-estar dos envolvidos nos padrões do sadomasoquismo atual, provando que nem Masoch, foi tão “masoquista” como querem imputar-lhe. Quem estuda a vida de Masoch e do Marquês de Sade, descobre que eles não foram os “sadomasoquistas” que os historiadores querem fazer crer. Os personagens de Sade se aproximam do que era o povo de sua época. Mas Masoch é bem claro em suas explanações. É só procurar entender suas entre linhas. Se Sade fosse mesmo tão cruel, na hora de condenar sua sogra, a quem odiava, como juiz no julgamento dos nobres quando se livrou da Bastilha, a salvaria da morte?

Tudo indica que Sade foi antes de tudo um filósofo incompreendido, um cientista infeliz e um escritor genial. Não um “sádico” perverso e desalmado, criminoso e perigoso, como os personagens que criava, descrevendo-os com requintes maldosos, revestidos de uma psicopatia latente que o poder e os títulos de nobreza lhes conferiam, pois a realidade daquela época era assim. Só que ninguém tinha coragem de enfrentá-la.

Já Masoch criou muitos romances destacando suas predileções no amor, mas quando os cientistas começaram a estudar seu comportamento taxando-o de “anormal”, depois de ter recebido reconhecimento como um bom escritor e títulos pelo mundo afora, ficou muito aborrecido, principalmente por terem ligado seu nome ao de Sade. Ele, particularmente, achava que um não tinha nada a ver com o outro. E não têm mesmo, mas como escritores, tiveram coragem suficiente para criar personagens e narrar seus próprios gostos, em obras distintas e científicas que até hoje mexem com os “bons costumes”.

Bibliografia

AZEVEDO, W. (1998). Sadomasoquismo sem medo. Iglu Editora ltda. (1998).

 
 
 

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